Temos de assimir o comando!

Quase todos os movimentos políticos anticapitalistas na história, foram e ainda são protagonizados pela juventude. Falta refletirmos se o nosso movimento o MST, tem a juventude como agente político ativo da organização, será que tem? E se não tem, por que? Espere, antes de respondermos esses perguntas precisamos lembrarmos de não sermos exatistas, as coisas são muito complexas para nos acharmos um culpado universal, precisamos ser dialéticos e prudentes.

Hoje o sistema capitalista esta muito mais poderoso, e o que é pior, mais atraente, sendo assim consegue facilmente tornar a juventude refém de suas garras. A juventude, principalmente a brasileira, que não foi afetada pela crise está entrelaçada “afamilhada” com a burguesia, não sente mais tanto ódio, pois tem agora a possibilidade de utilizar os “lixos de mercado” ou digo celulares, roupas e outras coisas muito parecidas com as da “burguesia televisivel”, que eles vêem todos os dias. Talvez esse seja um dos aspectos pelo qual a juventude tem pouca participação no MST, pois nossos assentamentos não conseguem se isolar, e são afetados também. Mas também por nosso movimento já não ser um movimento mais tão jovem, existia uma juventude mais protagonista, mais isso em 85, no começo do movimento, mas hoje a realidade é outra. O movimento não é um movimento de juventude, nem ao menos para a juventude, o MST sendo um dos mais importantes movimentos políticos mundiais precisa vencer esse desafio, e tornar a juventude protagonista, desafio esse que não é da coordenação nacional, ou alguma coisa do gênero, esse desafio é para a própria juventude dos assentamentos, pois apesar deste contexto, nós somos o MST e esse desafio é para nós. Precisamos “ocupar” o MST, participar massivamente, tornar esse movimento jovem de novo.

Nessa perspectiva da necessidade da participação da juventude, e de qual caráter deve se dar essa participação conversávamos na reunião da coordenação da juventude, refletimos que  nossa juventude precisa ser parte importante e atuante no movimento. Para isso precisamos fazer com que a juventude reconheça o verdadeiro inimigo, então avaliamos sobre a necessidade de por a nossa juventude da base num enfrentamento mais direto, nas marchas, mobilizações ocupações, estas coisas barulhentas e tão místicas que contribuem para a consciência de classe, e para a percepção do verdadeiro inimigo, o capitalismo e seus poderosos maquinários.Também refletimos sobre a importância de atividades só nossas, da juventude, como o encontro regional que já à algum tempo se realiza na nossa  Brigada, a Justino Draszewski. A foto à baixo é do último encontro regional, onde se reunirão cerca de 80 jovens de diferentes assentamentos da região. Esse encontro já aconteceu aqui cinco vezes, e sempre foi muito místico e formativo e acho que é consenso à todos, que sempre contribuiu para a organicidade da juventude.O ano passado, esse encontro não aconteceu, e resultou num grande vazio e numa crise “política organizativa” na juventude. Tendo em vista todo esse contexto se avaliou e refletiu sobre a importância da realização desse encontro, então esse ano preparem se pois vai acontecer.

“digo em termos gerais, os jovens são os mais capazes de realizar coisas impossíveis, as tarefas de vencer, de derrotar  o modelo oferecido como unica  verdade, o capitalismo com seus  poderosos  maquinários” Monica Baltonado, Nicaragua. Eu, acredito realmente nessa afirmação, espero que não estar errado, por isso como disse Bertold Brecht, “você tem que assumir o comando!”, para que nós possa rejuvenescer nosso movimento, fortalecer nossas atividades e em fim realizar o grande sonho impossível de fazer a revolução socialista, nós juventude do MST temos de assumir o comando!                 

                      Abimael,integrante da coordenação

                      regional de juventude do MST